06/09/2021

Parker Vacumetic

Poucos modelos de canetas tinteiro despertam tantos admiradores e entusiastas como a Parker Vacumetic, produzida por 15 anos nos Estados Unidos (1933/1948) e até 1953 no Canadá. São as famosas rajadinhas de diversas cores e outros tons também. De início foram testados dois outros nomes: Golden Arrow e Vacuum Filler, logo abandonados.

Foi a primeira caneta da Parker a utilizar o clipe em forma de flecha e introduziu o sistema de abastecimento por diafragma e é então caracterizada por esta tecnologia.  Entretanto neste período o sistema passou por modificações de projeto que as dividem em três gerações de canetas: 

-Na primeira o sistema é conhecido como Lockdown Filler, onde o êmbolo de acionamento é de alumínio e com retraimento/travamento após o uso. Foi usado até 1937;

-Na segunda geração o êmbolo ainda é de alumínio, mas sem o retraimento/travamento após o uso e é chamado de Speedline Filler. Este detalhe obrigou a um aumento do comprimento da tampa cega e diminuição do barril. Foi usado até 1941, quando foi modificado mais uma vez para colaborar na economia de metais no esforço de guerra;

-Na terceira geração o êmbolo passou então a ser feito de plástico e batizado de Plunger Filler.

Quanto a estilos, foram vários ao longo do tempo. No início (1933) havia a Standard, Júnior e Sub Júnior. Em 1934 a Oversize (gorda) e Slender (delgada). Depois (a partir de 1937) vieram outras identificações para diferenciar as modificações, como Sênior Máxima, Máxima, Slender Máxima e Major. A própria Parker fez mudanças de nomes que hoje confundem na identificação correta de algumas peças. Há muitos detalhes nas canetas que sozinhos ou em conjunto ajudam a identificar esses estilos, mas esta tarefa nem sempre é trivial e não encontra consenso entre os especialistas em alguns casos, principalmente em relação a Slender Máxima e Major em alguns anos. 

Além do ano de fabricação que vinha gravado nas canetas e do sistema de alimentação, esses detalhes são observados no corpo, tampa e aparo:

Corpo:
-Cor do barril;
-Cor da seção;
-Forma e comprimento da tampa cega e ausência ou presença de jóia;
-Comprimento e diâmetro.

Tampa:
-Clipe: detalhes do que está estampado (estrela, blue diamond, etc);
-Diâmetro;
-Decoração: dois ou três anéis,  1 anel com inscrição ou chevrons e espessura.

Aparo:
-Pena com um ou dois tons (ouro e máscara de ródio);
-Espessura;
-Tamanho (longa, curta);
-Gravação (flecha, inscrições).

Todos estes detalhes geram possibilidades enormes de combinações que atraem os colecionadores e geram intermináveis discussões derivadas de opiniões conflitantes. Complica mais ainda quando a caneta passou por reposição de peças danificadas, pois muitas são intercambiáveis mesmo sendo de estilos diferentes.

Em 1939 a Parker introduziu o diamante azul no clipe dessas canetas para simbolizar a garantia vitalícia que oferecia para o comprador original. Neste mesmo ano, a seção passou a ser fabricada em plástico preto, pois até então era da mesma cor do corpo.

Em 1941, com o lançamento da Parker "51" com o mesmo sistema de abastecimento, as Vacumetic foram perdendo mercado até serem descontinuadas. Daí serem raras as canetas deste período final de produção (a partir de 1942).

13/05/2021

Parker 75 - Caneta de luxo

O nome é função dos 75 anos da Parker na ocasião do desenvolvimento da caneta, assim como o fora a "51".

Período de produção: 1964/1994.

Em 1964 foi lançada no mercado a Sterling Cicelé com corpo e tampa em prata 925 (20,5 gramas nas primeiras e 15 gramas mais tarde), pena de ouro 14K, clipe e extremidades banhadas a ouro. Corpo e tampa quadriculados em hachura (Crosshath). Ergonômica, com seção triangular e ajustável ao modo do usuário, acompanhava até uma ferramenta (uma pequena chave de plástico) para o ajuste da ponta sem que precisasse manuseá-la diretamente. Marcações em anel de metal com um O e l gravados auxiliam o ajuste. Foram também disponibilizadas várias possibilidades de espessuras de penas, que poderiam ser trocadas. A espessura é identificada com um número de dois dígitos gravados no alimentador (por exemplo: 66 = pena média). De início estas canetas custavam U$25,00 (corrigindo para 2021 seria algo em torno de U$200,00).

Estas canetas vinham com conversor, mas aceitam também cartucho, como as 45. Há diferença entre os conversores e acoplamento rosqueável da seção ao corpo das primeiras edições e as posteriores. *

Em 1970 o topo da tampa das canetas foram fabricadas com cavidade circular (Dish Top)  que permitiam a personalização da caneta com a aplicação de pequenos discos (tassie) como por exemplo um logotipo de empresa ou letras iniciais de nomes. Esta modificação as diferencia em primeiro (Flat Top) e segundo tipo (Dish Top).

Durante os 30 anos de produção foram fabricados muitos modelos, várias edições especiais e limitadas, como a Treasure Cicelé, fabricada com prata recuperada da frota espanhola afundada na costa da Flórida em 1715 (U$75,00 na época). Há também  modelos diferentes dependendo do país que fabricou. 

Por toda esta diversidade, qualidade e inovações é uma caneta bastante colecionável.

* As canetas da primeira edição foram fabricadas com rosca metálica. Há outras pequenas diferenças: na fixação do clipe e na gravação do número da pena no alimentador.