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30/05/2025

Parker - 1988


No ano de seu centenário (1888/1988) a Parker relançou o icônico modelo Duofold. A caneta comemorativa é conhecida como Duofold Centennial e continua no mercado como Duofold International. Entretanto essa versão moderna incorporou os mecanismos atuais de abastecimento, ou seja, conversor ou cartucho. Junto foi relançado também a lapiseira Duofold com a mesma aparência dos modelos antigos.

A Parker Pen do Brasil Ind. e Com. Ltda foi uma subsidiária local sediada inicialmente no Rio de Janeiro  em 1959, mas logo depois transferida para São Paulo, no mesmo ano, e fabricou diversos modelos da marca. A fonte desta informação é do livro editado em setembro de 1988, também em comemoração ao centenário, pela própria Parker do Brasil contando um pouco de sua história e de algumas de suas mais conhecidas canetas. Na capa do livro, o título: PARKER 100 ANOS ESCREVENDO A HISTÓRIA DE ESCREVER. O livro é em capa dura com 48 páginas.

O conteúdo mais intrigante do livro é a afirmação de  que em 1940 foi no Brasil que foi realizado o teste de mercado da Parker 51, em várias cidades. Só depois de aprovada aqui, foi lançada oficialmente em 1941 em outros países. Este é um mistério que persiste até hoje, pois a veracidade desta informação não é avalizada pelos especialistas, apesar de não ser também descartada pelos mesmos. 

Ainda em comemoração ao ano festivo, a Parker do Brasil lançou a Parker 88 de fabricação nacional. Esta caneta já havia sido lançada em 1987 no Reino Unido (UK) com esta mesma identificação. A exemplo da moderna Duofold seu abastecimento era com cartucho ou conversor. Foi comercializada com este nome até 1993 e de 1994 em diante passou a ser identificada como Parker Rialto, mas em sua pena era gravado um 88 estilizado. Em 2007 foi descontinuada.

Há poucas informações sobre as fábricas de canetas que operaram no país, mas segundo notícias de imprensa,  em outubro de 1991 a fábrica brasileira da Parker foi fechada.

26/04/2025

As italianas

 

As canetas européias já foram mais populares no passado, como as inglesas, francesas e alemãs, onde muitos fabricantes produziam canetas tinteiro de preços acessíveis para uso no dia a dia. Hoje algumas marcas ainda continuam no mercado, mas a produção de algumas delas foi voltada para o mercado de luxo, de alto valor de venda, cujos produtos são considerados verdadeiras jóias. 

Marcas como a alemã Montblanc, a suíça Caran d'Ache, as francesas Cartier e Dupont, entre outras, se dedicam quase que exclusivamente à produção de canetas com alto valor agregado. A produção é limitada, mas a procura continua.

Mas quando se fala em canetas de luxo, é preciso lembrar primeiramente das famosas marcas italianas, país onde há uma concentração maior de fabricantes de canetas de qualidade superior. As principais são: Aurora, Ancora, Omas, Delta, Visconti e Montegrappa, não necessariamente nesta ordem, pois as preferências variam.

Montegrappa (1912), Ancora e Aurora (ambas de 1919) são as mais antigas e tradicionais. Omas (1925) fechou em 2016, porém a marca ressurgiu em 2023. Delta (1985) fechou em 2017 e ressurgiu em 2022. Visconti (1988) é a mais recente. Todas elas fabricaram no passado vários modelos de canetas que se tornaram ícones para colecionadores e aficionados, e continuam lançando modelos em série ou comemorativas e de edições limitadas. 

Seus preços refletem o custo dos materiais e mão de obra especializadas que demandam. Sua matéria prima abrange metais raros, pedras preciosas e materiais poliméricos de primeira linha. A montagem é artesanal e são consideradas verdadeiras obras de arte. Normalmente são montadas e testadas individualmente.

É claro que o alto preço destas canetas as torna praticamente inacessíveis à grande maioria dos consumidores. A quem, mesmo assim, sonha em possuir uma delas, resta procurar por ofertas de usadas em vendas pela internet, ou participar de leilões online, onde os preços podem ser mais baixos e eventualmente alguma oferta pode se encaixar no orçamento de quem está à procura. Porém essa procura pode não ser muito fácil, pois mesmo o mercado de usados é limitado.

22/10/2022

Reynolds, uma lenda viva

O húngaro Lászió Biró patenteou a esferográfica em 1938 e chegou a produzir a caneta Birome na Argentina, mas foi o americano Milton Reynolds quem protagonizou os primeiros sucessos de venda em 1945 nos EUA. Biró havia vendido os direitos de sua patente em 1944 para a Eversharp, mas Reynolds modificou o projeto original que funcionava por capilaridade por outro que funcionava por gravidade, usando uma tinta mais fluida. Assim se protegeu dos direitos de patente alheio e se antecipou à Eversharp no mercado americano, mas gerou problemas de qualidade no produto, pois as canetas vazavam.

Mais tarde, em 1949, Biró vendeu os direitos para o francês Marcel Bich, que lançou em 1950 sua versão BIC na França. O sucesso foi imediato e permanece até hoje. Uma caneta de qualidade, durável e tão barata que é descartável após o término da tinta. Só em 1959 as BIC entraram no mercado dos EUA.

Reynolds também expandiu seu negócio para a França e a Índia. A fábrica americana foi fechada em pouco tempo e a produção ficou concentrada na Europa e Ásia. Milton Reynolds vendeu sua participação na empresa, se mudou para o México e passou a se dedicar a outros negócios. Mais recentemente a fábrica francesa também foi encerrada e hoje sobrevive apenas a Indiana, onde o mercado é ainda dominado pela marca e agora pertence ao conglomerado americano Newell Brands Inc., que também é dono da Parker e Waterman, dentre outras.

Apesar de pouco conhecida atualmente, a Reynolds é considerada um ícone pelo pioneirismo e história, sendo a marca sobrevivente de canetas esferográficas mais tradicional do mercado e ainda pode ser encontrada e comprada para uso. É só procurar!





29/08/2022

Datas da Parker

A Parker ao longo do tempo marcou no corpo de suas canetas códigos de identificação das datas em que foram fabricadas.


Entretanto, esses códigos foram modificados em determinadas épocas e suprimidos em outras. Portanto, é preciso estar atento a isso. 

Segue abaixo estes códigos, separados por períodos anuais:

1 - Até 1931 não havia códigos.

2 - De 1932 a 1955:

Está gravado o último dígito do ano com nenhum, um, dois ou três pontos ao redor para identificar o quarto, terceiro, segundo e primeiro trimestre, respectivamente. Exemplo: .0. significa segundo trimestre de um ano terminado em zero.

3 - De 1956 até 1979 não há códigos.

4 - De 1980 em diante:

O ano é identificado pela ordem da letra da frase QUALITYPEN, começando por zero (Q) e terminando em 9 (N). Exemplo:  a letra correspondente a 1985 é T.

4.1 - De 1980 a 1986:

O trimestre é identificado pela ordem da letra da palavra ECLI, começando por 1 (E) e terminando em 4 (I). Exemplo: YC, ano terminado em 6 (Y), ou 1986, segundo trimestre (C).

4.2 - De 1987 a 1999:

O trimestre precede o ano e é identificado por sistema análogo aos pontos, mas com barras verticais III, II, I ou nada, para o primeiro, segundo, terceiro e quarto trimestre, respectivamente. Exemplo: IIL, segundo trimestre (II) de ano terminado em 3 (L) ou 1993.

4.3 - De 2000 em diante:

Reverte-se a ordem para ano/trimestre  com um ponto no meio. Exemplo: P.I, ano terminado em 7 (P), terceiro trimestre (I).

22/08/2022

A longeva Parker 45

Canetas com cartucho foram testadas no mercado muito antes da Parker 45. Por vários motivos, nenhuma delas obteve o sucesso pretendido.


A Eversharp possuía um projeto de cartucho promissor e a Parker ao adquirir a concorrente em 1957 deu continuidade ao projeto e acrescentou suas próprias ideias.

Inovou oferecendo além do cartucho de plástico descartável, o conversor adaptável e colocou no mercado a 45 em 1960 a preços baixos (U$5,00). Batizada em analogia a uma arma de cartuchos (Colt 45) com pena de aço de fácil remoção e corpo delgado, era direcionada ao mercado popular. Até hoje o padrão proprietário cartucho/conversor da Parker é o mesmo para todas as canetas de sua marca, desde as primeiras 45. A pena rosqueável permitia troca por outra de espessura diferente, o que gerou comercialização de penas avulsas de variados tipos que o próprio usuário fazia a substituição. 

Provavelmente é a caneta com mais variedades de cores e modelos já fabricados e permaneceu no mercado até 2007, ou seja, por 47 anos. São canetas bastante acessíveis em preço e com muita oferta de usadas. São boas canetas, porém as mais procuradas são as de metal, por serem mais robustas e há também modelos de luxo.

Hoje canetas cartucho/conversor predominam no mercado de canetas novas, maior legado da Parker 45.

15/08/2022

A efêmera Parker 41

Para atender um nicho de mercado específico a Parker introduziu em 1956 a Parker 41, apelidada de Debutante. 


Era uma caneta intermediária entre a "21" e a "51", ou seja, era mais barata que a "51" e mais cara que a "21". Entretanto estava mais para uma super "21" que uma "51", principalmente pelos materiais usados do que pelo aspecto visual.

A característica mais marcante é seu modelo de tampa mais comum, em aço escovado com uma jóia preta no topo. Há um outro modelo de tampa com aspecto de  "escamas de peixe", mais raro. A pena era de octânio (liga composta por oito metais) e o enchimento aerométrico em U, idêntico aos da super "21". Suas peças, portanto, são na maioria intercambiáveis com a super "21". Entretanto, nas 41 há gravação do modelo na tampa e no invólucro de metal do saco de tinta. 

Outra característica é uma variedade de cores do corpo em tons mais vivos, direcionadas na época ao público feminino, cores estas muito procuradas hoje.

Ficou no mercado por apenas dois anos, tendo sido descontinuada em 1958. Esse é o motivo de preço tão caro atualmente, pois devido a baixa produção são raras as ofertas.

11/07/2022

Duofold e a "big red"

Ano, 1921. Ideia: fabricar uma caneta vermelha. Parece que a Parker resistiu inicialmente a essa ideia, mas foi assim que nasceu uma das mais icônicas canetas tinteiro, a "big red".


Com abastecimento pelo sistema de botão foram inicialmente fabricadas em ebonite e posteriormente em celuloide. Não era barata, custava US$ 7,00. Mesmo assim foi um sucesso imediato de vendas e logo se diversificou em cores (inclusive preta para os mais conservadores), dimensões e pequenos detalhes decorativos. Mais tarde foram fabricadas com o sistema de enchimento Vacumetic também. 

Ao longo do tempo a tonalidade do vermelho foi ligeiramente alterada e foi copiada por outras marcas. Até hoje há réplicas chinesas à venda.

Ficou no mercado por muito tempo (foram descontinuadas no final da década de 1930) e voltou modernizada em 1988 no centenário da Parker, ou seja, é possível ainda comprar uma novinha em folha.

20/06/2022

Lamy 2000

Desde 1966 a caneta tinteiro Lamy 2000 se mantém em produção e ainda hoje é uma das canetas mais desejadas pelos aficionados. 


É vendida nas principais lojas e sites especializados por valor pouco acessível. No exterior pode ser comprada por algo em torno de US$200,00 no modelo mais barato, mas no Brasil se torna muito mais cara devido ao acréscimo de taxas de importação, impostos, frete, etc.

Seu design é ainda considerado dos mais bonitos e apreciados por usuários de todo o planeta, mesmo depois de tanto tempo. Possui sistema de abastecimento de pistão acionado pela tampa cega, pena de ouro, clipe com mola, janela de tinta e encaixe  da tampa sob pressão. É comercializada com opções de espessura de pena (grossa, média e fina) e basicamente com corpo em aço escovado (mais cara) ou preto em policarbonato com fibra de vidro (makrolon).

Há pouca disponibilidade no mercado de usados, apesar de poder ser encontrada facilmente para aquisição de novas. Demonstra que são muito robustas e duráveis e, portanto, desperta pouco interesse nas pessoas de se desfazerem de suas canetas mais velhas. 

Tudo indica que vai continuar em linha de produção por muito tempo ainda.

06/06/2022

Eversharp Skyline

A Wahl-Eversharp  era considerada uma das quatro grandes entre as marcas de canetas, ao lado da Parker, Sheaffer e Waterman. É uma marca que se destacou e é ainda muito lembrada pelo estilo e qualidade.

Uma de suas canetas mais icônicas foi a  Skyline (inicialmente Skyliner) produzida entre 1941 e 1948. Nesta época, pela quantidade de canetas produzidas  se equiparou com as "51". Seu design ficou marcado como futurista e lembrava o perfil de uma moderna locomotiva daquele tempo.

Possuía uma novidade, que era um tubo de respiro para evitar vazamento por diferença de pressão em aviões. A operação de sua  alavanca lateral  difere ligeiramente das demais, pois seu percurso é limitado devido a presença desse tubo que fica dentro do reservatório de borracha.

Era comercializada em três tamanhos: Executivo,  standard e demi (ou lady).

O clipe preso ao topo da tampa esconde a caneta no bolso, o que era ideal para uso com uniformes militares, pois permite o fechamento da aba.

A empresa foi adquirida pela Parker em 1957.

01/06/2022

Conklin e Mark Twain

Roy Conklin inovou ao patentear o sistema de abastecimento de tinta conhecido como Crescent Filler em 1897. É citado como o primeiro sistema funcional para canetas tinteiro de auto abastecimento. Era uma peça em forma de meia lua que ficava na lateral do corpo da caneta e que ao ser pressionada comprime um reservatório de borracha para sugar a tinta. Era complementado por um anel central móvel para travar o mecanismo 

Apesar do sucesso, as opiniões sobre o sistema não foram unânimes. Alguns achavam incômodo aquele arranjo de uma peça metálica sobressaindo da caneta. Não era o caso de Mark Twain, que assumiu sua preferência por essas canetas, alegando que era a única que não rolava pela mesa, e para ele isso era uma grande vantagem, pois diminuía o risco de quedas. Passou então a fabricar outros modelos com o sistema de alavanca lateral introduzido pela Sheaffer's.

A Conklin além desse pioneirismo inicial inovou outras vezes, como um clipe com mola para facilitar o uso em bolso e o modelo Nozac, ou sem saco de borracha (no sac) usando sistema de êmbolo. Essa caneta tinha grande capacidade de tinta, era semi transparente e com marcação de consumo.

Depois de ser assumida por um sindicato, não mais inovou  e se manteve no mercado até 1948 segundo algumas fontes ou 1955 segundo outras.

Em 2000 a marca foi ressuscitada nos EUA e voltou ao mercado, fabricando canetas similares às antigas de maior sucesso, inclusive um modelo "Mark Twain" com sistema Crescent Filler.

22/05/2022

Montblanc Meisterstück

A linha de canetas tinteiro Meisterstück da marca alemã Montblanc se apresentou no mercado em 1924 e vários modelos foram produzidos daí em diante. Alguns dos mais conhecidos hoje são: 144 (Classic), 145 (Chopin), 146, 147 (Traveller) e 149. (1)

Dentre esses, o mais procurado e apreciado entre aficionados é o 149, que é uma caneta de maior dimensão e com mecanismo de enchimento próprio de pistão acionado por tampa cega rosqueável. Além disso, essa caneta está exposta permanentemente no Museu de Arte Moderna de Nova York. Há diferenças de tamanho (comprimento e espessura) das canetas, das penas, do mecanismo de enchimento (próprio de pistão, cartucho ou cartucho/conversor) e fixação da tampa (rosca ou pressão) entre os modelos, porém no aspecto visual são parecidas. A 146 e 147 por exemplo tem as mesmas dimensões, porém a 146 tem mecanismo de pistão e a 147 só aceita cartucho. Já a 144 e 145 aceitam tanto cartucho como conversor. É preciso sempre observar o sistema de abastecimento de tinta do modelo, pois isso pode ser importante para o usuário. Resumindo: algumas Montblanc só aceitam cartuchos, outras, além do cartucho, aceitam alternativamente conversor específico da marca que é rosqueável e há ainda as com mecanismo próprio de pistão. Depende do modelo e ano de fabricação.

Meisterstück é uma palavra alemã que pode ser traduzida como obra de arte, obra prima ou obra de mestre e as canetas são consideradas verdadeiras jóias. São bastante valiosas, daí serem objeto de falsificações. É preciso estar atento em aquisições, seja de canetas novas ou usadas, para não acabar com uma falsa nas mãos.

Por curto período ao final dos anos 1980 e início dos 90 as canetas vinham com um W (de West) gravado antes do Germany no anel do clipe para indicar procedência da Alemanha Ocidental. Em períodos anteriores e depois dessa data, com a unificação, está gravado apenas Germany. Nas penas (2), desde 1930, é gravado a altura da montanha que dá nome à marca, 4810 metros (3). Desde 1991 são gravados também um número de série no anel do clipe (lado direito). Na compra original do produto em lojas próprias ou autorizadas, o nome do comprador é cadastrado associado a esse número de série. Ou seja, há registro permanente do primeiro dono da caneta. Há também a palavra "PIX" (marca registrada da empresa) no clipe (4). Detalhes como esses ajudam na identificação do período de fabricação das canetas bem como na sua procedência e podem auxiliar na identificação das canetas originais.

Informações relevantes:

1-Originalmente, o significado dos modelos com três números indicavam para o primeiro dígito o preço (1=alto, 2=médio e 3=econômico), o segundo dígito o tipo de carregamento de tinta e o terceiro o tamanho da pena;

2-Os números 585 e 750 ou Au 585 e Au 750 gravados na pena se referem a ouro 14K e 18K e são portanto informações redundantes;

3-Não há marcadores para identificar a espessura das penas;

4-A palavra PIX na parte de baixo do clipe foi introduzida em fins dos anos 1990, ou seja, anos depois do número de série.

02/05/2022

Sheaffer's pneumáticas

Da década de 1930 até a década de 1960 a Sheaffer produziu variados modelos de canetas tinteiro dotados de sistemas de enchimento pneumáticos que até hoje são muito apreciados por aficionados, apesar de não serem de fácil manutenção. 

Começou em 1934 com o sistema Vacuum Fill, composto de um êmbolo com haste de metal e sem saco de borracha. O êmbolo é puxado pela haste presa na tampa cega e ao ser rapidamente empurrado cria um vácuo no reservatório do barril que suga a tinta rapidamente. Alguns modelos foram feitos com corpo semi transparente e é possível ver a tinta lá dentro. Aí é só rosquear a tampa cega novamente. Tem grande capacidade de armazenagem de tinta e a vantagem de encher num golpe só.

Em 1949 este sistema foi substituído pelo Touchdown, com um saco de borracha para armazenamento e haste de tubo metálico mais espesso que a Vacuum Fill. O saco de borracha impede que o êmbolo entre em contato com a tinta e portanto diminui a capacidade do reservatório. A operação de enchimento é a mesma, só que é preciso aguardar alguns segundos com a pena mergulhada no tinteiro até a tinta ser sugada.

Uma inovação ocorreu em 1952, sendo acrescentado ao mecanismo algo mais complexo. Ao girar a tampa cega para ser liberada, o mecanismo empurra um tubo oco que sai detrás da pena e se alonga o suficiente para ser mergulhado na tinta. Este tubo é que conduzirá a tinta ao reservatório, sem sujar a pena. O procedimento depois é o mesmo dos anteriores. Durou no mercado até os anos 1960 e é chamado Snorkel.

No Brasil a fábrica da Sheaffer produziu na década de 1970 canetas Touchdown chamadas School (estudante) com pena de aço bicolor e tampa não rosqueável ao corpo (fixada por pressão).

Há vantagens e desvantagens nestes sistemas e as opiniões são diversas. O que é evidente é que pela maior complexidade a sua manutenção requer conhecimento e várias peças de reposição. Ou seja, não é tão simples quanto outros. Talvez até por essa razão são ainda tão procurados.

01/05/2022

Esterbrook e a Dóllar Pen

Poucas marcas são tão tradicionais quanto as canetas americanas Esterbrook. De 1858 a 1971 foram produzidos muitos modelos e era conhecida tanto pela qualidade quanto por preços mais acessíveis. Eram famosas pela facilidade de substituição das penas, que eram simplesmente rosqueadas no corpo e existiam em várias espessuras. Podiam então ser encontradas avulsas nas lojas e trocadas pelo próprio usuário.

Em 1935 foi lançado o modelo conhecido como Dóllar Pen, pois era vendido a partir de 1 dólar. Na verdade, somente a de cor preta tinha este preço. As coloridas custavam 1,50. Existiam em três formatos: Standard, Slender e Demi. A Slender mais fina e a Demi mais curta. Possuíam um anel de aço na tampa, mas em 1942 devido ao esforço de guerra foram fabricadas sem este anel. Em 1938 houve mudança no desenho do clipe e da alavanca de enchimento do reservatório. Essas características são as únicas que podem ser usadas como referência para se saber o período em que foram fabricadas. 

No Brasil funcionou também uma fábrica desta marca icônica cujas canetas eram de qualidade equivalente às americanas. 

Em 2014 a marca foi ressuscitada nos EUA e voltou ao mercado.

01/03/2022

Parker 180

Em 1977 a Parker lançou um modelo de caneta com algumas características diferentes, conhecida como Parker 180. O corpo é bem mais delgado que as tradicionais, mas o principal apelo comercial era dirigido para sua pena inovadora que foi projetada para escrever em duas espessuras, bastando para tal girar a caneta 180 graus, daí seu nome. Duas opções de penas foram disponibilizadas. Uma com ponta Fina/Grossa e outra com ponta Extra fina/ Média, marcada no alimentador. Essas penas também eram diferentes das tradicionais, com aspecto mais pontiagudo e de material mais rígido, com uma peça adicional de reforço inserida

Funcionam com cartucho ou conversor, porém por serem mais delgadas não aceitam esses acessórios quando mais espessos. Criaram conversores metálicos próprios chamados Squeeze e os conversores plásticos atuais que funcionam como seringa também são compatíveis.

Ficou no mercado por pouco tempo, até 1985, e foram fabricadas no Brasil também.

06/09/2021

Parker Vacumetic

Poucos modelos de canetas tinteiro despertam tantos admiradores e entusiastas como a Parker Vacumetic, produzida por 15 anos nos Estados Unidos (1933/1948) e até 1953 no Canadá. São as famosas rajadinhas de diversas cores e outros tons também. De início foram testados dois outros nomes: Golden Arrow e Vacuum Filler, logo abandonados.

Foi a primeira caneta da Parker a utilizar o clipe em forma de flecha e introduziu o sistema de abastecimento por diafragma e é então caracterizada por esta tecnologia.  Entretanto neste período o sistema passou por modificações de projeto que as dividem em três gerações de canetas: 

-Na primeira o sistema é conhecido como Lockdown Filler, onde o êmbolo de acionamento é de alumínio e com retraimento/travamento após o uso. Foi usado até 1937;

-Na segunda geração o êmbolo ainda é de alumínio, mas sem o retraimento/travamento após o uso e é chamado de Speedline Filler. Este detalhe obrigou a um aumento do comprimento da tampa cega e diminuição do barril. Foi usado até 1941, quando foi modificado mais uma vez para colaborar na economia de metais no esforço de guerra;

-Na terceira geração o êmbolo passou então a ser feito de plástico e batizado de Plunger Filler.

Quanto a estilos, foram vários ao longo do tempo. No início (1933) havia a Standard, Júnior e Sub Júnior. Em 1934 a Oversize (gorda) e Slender (delgada). Depois (a partir de 1937) vieram outras identificações para diferenciar as modificações, como Sênior Máxima, Máxima, Slender Máxima e Major. A própria Parker fez mudanças de nomes que hoje confundem na identificação correta de algumas peças. Há muitos detalhes nas canetas que sozinhos ou em conjunto ajudam a identificar esses estilos, mas esta tarefa nem sempre é trivial e não encontra consenso entre os especialistas em alguns casos, principalmente em relação a Slender Máxima e Major em alguns anos. 

Além do ano de fabricação que vinha gravado nas canetas e do sistema de alimentação, esses detalhes são observados no corpo, tampa e aparo:

Corpo:
-Cor do barril;
-Cor da seção;
-Forma e comprimento da tampa cega e ausência ou presença de jóia;
-Comprimento e diâmetro.

Tampa:
-Clipe: detalhes do que está estampado (estrela, blue diamond, etc);
-Diâmetro;
-Decoração: dois ou três anéis,  1 anel com inscrição ou chevrons e espessura.

Aparo:
-Pena com um ou dois tons (ouro e máscara de ródio);
-Espessura;
-Tamanho (longa, curta);
-Gravação (flecha, inscrições).

Todos estes detalhes geram possibilidades enormes de combinações que atraem os colecionadores e geram intermináveis discussões derivadas de opiniões conflitantes. Complica mais ainda quando a caneta passou por reposição de peças danificadas, pois muitas são intercambiáveis mesmo sendo de estilos diferentes.

Em 1939 a Parker introduziu o diamante azul no clipe dessas canetas para simbolizar a garantia vitalícia que oferecia para o comprador original. Neste mesmo ano, a seção passou a ser fabricada em plástico preto, pois até então era da mesma cor do corpo.

Em 1941, com o lançamento da Parker "51" com o mesmo sistema de abastecimento, as Vacumetic foram perdendo mercado até serem descontinuadas. Daí serem raras as canetas deste período final de produção (a partir de 1942).

13/05/2021

Parker 75 - Caneta de luxo

O nome é função dos 75 anos da Parker na ocasião do desenvolvimento da caneta, assim como o fora a "51".

Período de produção: 1964/1994.

Em 1964 foi lançada no mercado a Sterling Cicelé com corpo e tampa em prata 925 (20,5 gramas nas primeiras e 15 gramas mais tarde), pena de ouro 14K, clipe e extremidades banhadas a ouro. Corpo e tampa quadriculados em hachura (Crosshath). Ergonômica, com seção triangular e ajustável ao modo do usuário, acompanhava até uma ferramenta (uma pequena chave de plástico) para o ajuste da ponta sem que precisasse manuseá-la diretamente. Marcações em anel de metal com um O e l gravados auxiliam o ajuste. Foram também disponibilizadas várias possibilidades de espessuras de penas, que poderiam ser trocadas. A espessura é identificada com um número de dois dígitos gravados no alimentador (por exemplo: 66 = pena média). De início estas canetas custavam U$25,00 (corrigindo para 2021 seria algo em torno de U$200,00).

Estas canetas vinham com conversor, mas aceitam também cartucho, como as 45. Há diferença entre os conversores e acoplamento rosqueável da seção ao corpo das primeiras edições e as posteriores. *

Em 1970 o topo da tampa das canetas foram fabricadas com cavidade circular (Dish Top)  que permitiam a personalização da caneta com a aplicação de pequenos discos (tassie) como por exemplo um logotipo de empresa ou letras iniciais de nomes. Esta modificação as diferencia em primeiro (Flat Top) e segundo tipo (Dish Top).

Durante os 30 anos de produção foram fabricados muitos modelos, várias edições especiais e limitadas, como a Treasure Cicelé, fabricada com prata recuperada da frota espanhola afundada na costa da Flórida em 1715 (U$75,00 na época). Há também  modelos diferentes dependendo do país que fabricou. 

Por toda esta diversidade, qualidade e inovações é uma caneta bastante colecionável.

* As canetas da primeira edição foram fabricadas com rosca metálica. Há outras pequenas diferenças: na fixação do clipe e na gravação do número da pena no alimentador.

09/10/2018

Parker

Parker Pen Company - fundada em 1888: canetas tinteiro.


Parker Duofold – 1921

Parker Vacumetic – 1933

Parker 51 
-1939/40: desenvolvimento – Nome: 51° aniversário da empresa.
-1941: início da comercialização.

Parker 21 – 1948: caneta parecida com a 51 mas bem mais barata.

Parker 41 – 1956: intermediária entre a 21 e 51 – fabricada por apenas 2 anos (até 1958). Apelidada de Debutante.

Principais diferenças entre os modelos 21, 41 e 51: A tabela abaixo mostra algumas diferenças gerais, porém não devem ser tomadas como base absoluta pois a identificação destas canetas nem sempre é trivial.

Componente
Parker 21
Parker 41
Parker 51

Pena

Octânio
Octânio
Ouro
Jóia na tampa
Não tem
Plástica preta
Madrepérola
Material da tampa
Diversos
Aço escovado
Diversos
Mecanismo de Enchimento
Aerométrico
Aerométrico
Vacumetic e Aerométrico

Outras:

Parker 61 – 1956: sem mecanismo de carregamento. Enchimento por capilaridade. Este sistema foi depois abandonado e substituído por conversor.

Parker 45 – 1960: primeira caneta com cartucho descartável.

Parker 75 
-1964: caneta de luxo
-1965: Spanish Treasure Cicelé – feita de prata recuperada de galeões espanhóis naufragados em 1715.

Parker 65 
-1967: igual a 61, mas com pena descoberta. Feita só na Inglaterra.
-1969: a capilaridade da 61 e 65 foi descontinuada. Substituido por cartucho conversor.

Parker 35 – 1979: Baby 75.

Parker 71 – protótipo da 61.

Parker 88, 100, ...

Parker 51 - Estilos

As Parker 51 foram fabricadas em muitos estilos e os aficionados normalmente classificam estas canetas em quatro estilos básicos. Porem há duas versões desta classificação. Primeira: começam com as Vacumetic como MK I. Segunda: inicia com a vacumetic e segue com MK I para as primeiras aerométricas. Segue abaixo a classificação segundo a primeira versão:

Mark I

1941 a 1948: enchimento vacumetic. Possuem duas jóias (Jóias Duplas). Uma no topo da tampa cega do corpo e outra no topo da tampa.

MK I-A

1941: “Mark 0”-First Year: jóias de alumínio e enchimento speed filler (alumínio).
1942/48: jóias de madrepérola e enchimento plunger filler (plástico). Diamante azul no clipe curto. Existe também um modelo Standard com jóia simples. A tampa cega é arredondada (sem jóia). Há canetas falsificadas, transformadas em jóias duplas a partir do modelo Standard.

MK I-B

1947/48: clipe longo e sem diamante azul.

Mark II

1948 a 1972: enchimento aerométrico. Forma do corpo arredondada.

MK II-A

1948 a 1949: clipe longo (4,2 cm). Enchimento, apertar 6x.

MK II-B

1950 em diante: clipe curto (3,5 cm). Enchimento, apertar 4x.

MK II-C

Clipe ainda mais curto, com menos penas e logotipo "halo" na tampa.

Mark III

1969 a meados dos anos 70. Características parecidas com a Parker 61: clipe longo, corpo angulado (abandonou-se a forma de charuto). Jóia de plástico.

Mark IV

Década de 1970. Jóia de metal e anel da seção mais largo. Último modelo de série da Parker 51.


Parker 51 – Special


Em 1950 foi lançada uma 51 mais barata, batizada de Special, com pena de octânio, mecanismo de enchimento em U igual a 21, tampa em aço e jóia de plástico preta. Em 1957 passou a ser chamada Standard.

Parker 51 Special Edition - 2002

Edição limitada.

Obs: Tampa dourada: significado da gravação: “1/10 12 Kgf” = 1/10 do peso da tampa (excluindo clipe, jóia e parte interna) em ouro 12 kilates. Gold filled - folheada em ouro.

Parker 21 – Estilos

Apelidada de caneta do estudante, foi criada para concorrer no mercado das canetas mais baratas (faixa de 5 dólares). Começou a ser comercializada em 1948 e foi descontinuada em 1965. Foram fabricadas em variados modelos, cores, formatos de componentes e materiais diversos. Usava pena de octânio e mecanismo de enchimento aerométrico de pressão em U, com reservatório de saco de plástico. A literatura dedicada a elas é escassa, daí ainda haver versões diferentes sobre detalhes e datas de sua história evolutiva. Normalmente são divididas em dois estilos, em função de projetos construtivos distintos:

Mark I

1948 a 1951: Aparo não tubular de octânio, seção da concha mais larga e maior que a da 51, clipe tipo cumeeira e calha (ou cumeeira invertida), tampa sem jóia e com data marcada no corpo. Estas canetas apresentaram problemas de funcionamento. Após algum tempo sem uso a tinta secava, alem de borrar e vazar. Foi preciso então desenvolver um outro projeto. 

Mark II

1952 a 1965: A concha e as partes internas foram re-projetadas e diferentes formatos de clipes foram usados ao longo do tempo. Não possuem marcação de data. De início havia três versões destas canetas:
-De Luxe, com clipe folheado a ouro;
-Custom, com tampa folheada a ouro;
-Special, modelo básico.

Em meados dos anos 1950 surgiu o modelo Super 21, com partes iguais da Parker 41, com clipe estampado com a flecha e também com clipe em formato de flecha que depois seria usado na Parker 45. Há ainda um modelo Super 21 Flighter, toda em aço. Por usarem peças da 41, podem ser encontradas nas cores vivas características daquele modelo. Devido as suas partes serem geralmente intercambiáveis (com exceção das peças modificadas de um projeto para outro), a datação destas canetas são sempre suspeitas.

Parker 61 - Estilos

Em 1956 a Parker introduziu no mercado o modelo "61", com design parecido ao da "51" mas com um revolucionário sistema de enchimento automático, sem mecanismos móveis, usando o principio da capilaridade para abastecer o reservatório de tinta. Era composto de um tubo revestido de teflon e bastava submergir a extremidade dele no recipiente para que a tinta fosse sugada para seu interior e ali mantida por uma bobina plástica especial. Entretanto, com o tempo este sistema não foi bem avaliado pelos usuários, principalmente pela dificuldade de limpeza devido a entupimento quando deixada por algum tempo sem uso. Então após 13 anos este sistema foi abandonado e substituído pelo cartucho e/ou conversor para continuar no mercado por outros 13 anos mais.

Estas canetas foram classificadas em três estilos gerais, quais sejam:

MK I

1956/1962 - Enchimento capilar, jóias dupla (nas extremidades da tampa e do corpo) e ponta de flecha engastada na concha.

MK II

1962/1969 - A diferença está no tamanho da tampa e do anel intermediário. A MK II possui tampa de 60 mm (2 mm menor) e o anel intermediário mais espesso. Sistema de enchimento ainda capilar.

MK III

1969/1982 - Foram  fabricadas com sistema de enchimento com conversor destacável para poder ser usada também com cartucho. A fixação do clipe na tampa também foi modificado.

Obs:

Existe um modelo fabricado na Argentina entre 1969 e 1976 com características muito particulares e que não permitem classificá-las em nenhum dos estilos mencionados. Foram fabricadas com sistema de enchimento aerométrico e na concha não há uma seta engastada e sim dois pequenos pontos metálicos (dots). Na tampa ostenta a gravação 61 e MK II. Entretanto MK II são consideradas canetas fabricadas entre 1962 e 1969 e ainda capilares e as posteriores, MK III, possuem conversor ou cartucho e não bombas aerométricas.