02/05/2022

Sheaffer's pneumáticas

Da década de 1930 até a década de 1960 a Sheaffer produziu variados modelos de canetas tinteiro dotados de sistemas de enchimento pneumáticos que até hoje são muito apreciados por aficionados, apesar de não serem de fácil manutenção. 

Começou em 1934 com o sistema Vacuum Fill, composto de um êmbolo com haste de metal e sem saco de borracha. O êmbolo é puxado pela haste presa na tampa cega e ao ser rapidamente empurrado cria um vácuo no reservatório do barril que suga a tinta rapidamente. Alguns modelos foram feitos com corpo semi transparente e é possível ver a tinta lá dentro. Aí é só rosquear a tampa cega novamente. Tem grande capacidade de armazenagem de tinta e a vantagem de encher num golpe só.

Em 1949 este sistema foi substituído pelo Touchdown, com um saco de borracha para armazenamento e haste de tubo metálico mais espesso que a Vacuum Fill. O saco de borracha impede que o êmbolo entre em contato com a tinta e portanto diminui a capacidade do reservatório. A operação de enchimento é a mesma, só que é preciso aguardar alguns segundos com a pena mergulhada no tinteiro até a tinta ser sugada.

Uma inovação ocorreu em 1952, sendo acrescentado ao mecanismo algo mais complexo. Ao girar a tampa cega para ser liberada, o mecanismo empurra um tubo oco que sai detrás da pena e se alonga o suficiente para ser mergulhado na tinta. Este tubo é que conduzirá a tinta ao reservatório, sem sujar a pena. O procedimento depois é o mesmo dos anteriores. Durou no mercado até os anos 1960 e é chamado Snorkel.

No Brasil a fábrica da Sheaffer produziu na década de 1970 canetas Touchdown chamadas School (estudante) com pena de aço bicolor e tampa não rosqueável ao corpo (fixada por pressão).

Há vantagens e desvantagens nestes sistemas e as opiniões são diversas. O que é evidente é que pela maior complexidade a sua manutenção requer conhecimento e várias peças de reposição. Ou seja, não é tão simples quanto outros. Talvez até por essa razão são ainda tão procurados.