22/05/2022

Montblanc Meisterstück

A linha de canetas tinteiro Meisterstück da marca alemã Montblanc se apresentou no mercado em 1924 e vários modelos foram produzidos daí em diante. Alguns dos mais conhecidos hoje são: 144 (Classic), 145 (Chopin), 146, 147 (Traveller) e 149. (1)

Dentre esses, o mais procurado e apreciado entre aficionados é o 149, que é uma caneta de maior dimensão e com mecanismo de enchimento próprio de pistão acionado por tampa cega rosqueável. Além disso, essa caneta está exposta permanentemente no Museu de Arte Moderna de Nova York. Há diferenças de tamanho (comprimento e espessura) das canetas, das penas, do mecanismo de enchimento (próprio de pistão, cartucho ou cartucho/conversor) e fixação da tampa (rosca ou pressão) entre os modelos, porém no aspecto visual são parecidas. A 146 e 147 por exemplo tem as mesmas dimensões, porém a 146 tem mecanismo de pistão e a 147 só aceita cartucho. Já a 144 e 145 aceitam tanto cartucho como conversor. É preciso sempre observar o sistema de abastecimento de tinta do modelo, pois isso pode ser importante para o usuário. Resumindo: algumas Montblanc só aceitam cartuchos, outras, além do cartucho, aceitam alternativamente conversor específico da marca que é rosqueável e há ainda as com mecanismo próprio de pistão. Depende do modelo e ano de fabricação.

Meisterstück é uma palavra alemã que pode ser traduzida como obra de arte, obra prima ou obra de mestre e as canetas são consideradas verdadeiras jóias. São bastante valiosas, daí serem objeto de falsificações. É preciso estar atento em aquisições, seja de canetas novas ou usadas, para não acabar com uma falsa nas mãos.

Por curto período ao final dos anos 1980 e início dos 90 as canetas vinham com um W (de West) gravado antes do Germany no anel do clipe para indicar procedência da Alemanha Ocidental. Em períodos anteriores e depois dessa data, com a unificação, está gravado apenas Germany. Nas penas (2), desde 1930, é gravado a altura da montanha que dá nome à marca, 4810 metros (3). Desde 1991 são gravados também um número de série no anel do clipe (lado direito). Na compra original do produto em lojas próprias ou autorizadas, o nome do comprador é cadastrado associado a esse número de série. Ou seja, há registro permanente do primeiro dono da caneta. Há também a palavra "PIX" (marca registrada da empresa) no clipe (4). Detalhes como esses ajudam na identificação do período de fabricação das canetas bem como na sua procedência e podem auxiliar na identificação das canetas originais.

Informações relevantes:

1-Originalmente, o significado dos modelos com três números indicavam para o primeiro dígito o preço (1=alto, 2=médio e 3=econômico), o segundo dígito o tipo de carregamento de tinta e o terceiro o tamanho da pena;

2-Os números 585 e 750 ou Au 585 e Au 750 gravados na pena se referem a ouro 14K e 18K e são portanto informações redundantes;

3-Não há marcadores para identificar a espessura das penas;

4-A palavra PIX na parte de baixo do clipe foi introduzida em fins dos anos 1990, ou seja, anos depois do número de série.

02/05/2022

Sheaffer's pneumáticas

Da década de 1930 até a década de 1960 a Sheaffer produziu variados modelos de canetas tinteiro dotados de sistemas de enchimento pneumáticos que até hoje são muito apreciados por aficionados, apesar de não serem de fácil manutenção. 

Começou em 1934 com o sistema Vacuum Fill, composto de um êmbolo com haste de metal e sem saco de borracha. O êmbolo é puxado pela haste presa na tampa cega e ao ser rapidamente empurrado cria um vácuo no reservatório do barril que suga a tinta rapidamente. Alguns modelos foram feitos com corpo semi transparente e é possível ver a tinta lá dentro. Aí é só rosquear a tampa cega novamente. Tem grande capacidade de armazenagem de tinta e a vantagem de encher num golpe só.

Em 1949 este sistema foi substituído pelo Touchdown, com um saco de borracha para armazenamento e haste de tubo metálico mais espesso que a Vacuum Fill. O saco de borracha impede que o êmbolo entre em contato com a tinta e portanto diminui a capacidade do reservatório. A operação de enchimento é a mesma, só que é preciso aguardar alguns segundos com a pena mergulhada no tinteiro até a tinta ser sugada.

Uma inovação ocorreu em 1952, sendo acrescentado ao mecanismo algo mais complexo. Ao girar a tampa cega para ser liberada, o mecanismo empurra um tubo oco que sai detrás da pena e se alonga o suficiente para ser mergulhado na tinta. Este tubo é que conduzirá a tinta ao reservatório, sem sujar a pena. O procedimento depois é o mesmo dos anteriores. Durou no mercado até os anos 1960 e é chamado Snorkel.

No Brasil a fábrica da Sheaffer produziu na década de 1970 canetas Touchdown chamadas School (estudante) com pena de aço bicolor e tampa não rosqueável ao corpo (fixada por pressão).

Há vantagens e desvantagens nestes sistemas e as opiniões são diversas. O que é evidente é que pela maior complexidade a sua manutenção requer conhecimento e várias peças de reposição. Ou seja, não é tão simples quanto outros. Talvez até por essa razão são ainda tão procurados.

01/05/2022

Esterbrook e a Dóllar Pen

Poucas marcas são tão tradicionais quanto as canetas americanas Esterbrook. De 1858 a 1971 foram produzidos muitos modelos e era conhecida tanto pela qualidade quanto por preços mais acessíveis. Eram famosas pela facilidade de substituição das penas, que eram simplesmente rosqueadas no corpo e existiam em várias espessuras. Podiam então ser encontradas avulsas nas lojas e trocadas pelo próprio usuário.

Em 1935 foi lançado o modelo conhecido como Dóllar Pen, pois era vendido a partir de 1 dólar. Na verdade, somente a de cor preta tinha este preço. As coloridas custavam 1,50. Existiam em três formatos: Standard, Slender e Demi. A Slender mais fina e a Demi mais curta. Possuíam um anel de aço na tampa, mas em 1942 devido ao esforço de guerra foram fabricadas sem este anel. Em 1938 houve mudança no desenho do clipe e da alavanca de enchimento do reservatório. Essas características são as únicas que podem ser usadas como referência para se saber o período em que foram fabricadas. 

No Brasil funcionou também uma fábrica desta marca icônica cujas canetas eram de qualidade equivalente às americanas. 

Em 2014 a marca foi ressuscitada nos EUA e voltou ao mercado.