20/06/2022

Lamy 2000

Desde 1966 a caneta tinteiro Lamy 2000 se mantém em produção e ainda hoje é uma das canetas mais desejadas pelos aficionados. 


É vendida nas principais lojas e sites especializados por valor pouco acessível. No exterior pode ser comprada por algo em torno de US$200,00 no modelo mais barato, mas no Brasil se torna muito mais cara devido ao acréscimo de taxas de importação, impostos, frete, etc.

Seu design é ainda considerado dos mais bonitos e apreciados por usuários de todo o planeta, mesmo depois de tanto tempo. Possui sistema de abastecimento de pistão acionado pela tampa cega, pena de ouro, clipe com mola, janela de tinta e encaixe  da tampa sob pressão. É comercializada com opções de espessura de pena (grossa, média e fina) e basicamente com corpo em aço escovado (mais cara) ou preto em policarbonato com fibra de vidro (makrolon).

Há pouca disponibilidade no mercado de usados, apesar de poder ser encontrada facilmente para aquisição de novas. Demonstra que são muito robustas e duráveis e, portanto, desperta pouco interesse nas pessoas de se desfazerem de suas canetas mais velhas. 

Tudo indica que vai continuar em linha de produção por muito tempo ainda.

13/06/2022

O plástico, a resina e os preciosos polímeros

O corpo e a tampa das canetas são basicamente fabricados a partir de dois tipos de materiais: metal e/ou polímeros.


Quando o material é o metal todos entendem o significado do ouro, prata, aço, etc... e conhecem os cuidados que devem ser tomados com esses tipos de materiais.

Entretanto, quando se trata de polímeros há muita desinformação, o que acaba por gerar justificadas dúvidas. Nas descrições é comum o uso de termos genéricos como "resina" e "plástico", que a rigor não significam nada, pois o que se espera saber do material usado na caneta é o termo específico.

Os polímeros podem ser naturais (borracha, celulose, etc) ou sintéticos (PVC, acrílico, etc). Os sintéticos normalmente são derivados do petróleo.

A moldagem e usinagem das peças exige características específicas dos materiais, além de aceitarem acabamentos estéticos especiais. Foram vários os polímeros usados na fabricação das canetas tinteiro ao longo do tempo e, claro, acompanhou a evolução destes materiais ao longo dos anos.

De início a ebonite, que é borracha endurecida, se mostrou o material disponível na época mais adequado e portanto foi usada nas canetas tinteiro mais antigas, mas ainda pode ser usada nas atuais. A  predominância da cor preta nas primeiras canetas foi devido a dificuldade de se obter ebonite colorida.

Mais tarde, passaram a usar os polímeros mais conhecidos atualmente, como o celulóide, poliestireno, acrílico,  policarbonato, entre outros. Surgiram então canetas coloridas, rajadas e até transparentes. Cada um deles deixou marcas em seu tempo, compondo canetas comuns ou famosas e descartáveis ou duráveis. Há diferenças de custo e também vantagens e desvantagens associadas a cada um que dependem da suas propriedades físicas e químicas, daí a importância de se conhecer com que material estamos lidando, para poder evitar danos que possam ser prevenidos em manipulações, pois alguns são mais frágeis (poliestireno), outros sensíveis a reações químicas com outros produtos, como algumas tintas e álcool (celulóide) por exemplo.

Apesar de importante, nem sempre é fácil identificar o  polímero específico das canetas e neste caso só pesquisas direcionadas podem ajudar na obtenção da informação, mas nem sempre se obtém sucesso. Alguns exemplos:

1-Parker 21 foram fabricadas em poliestireno;

2-Parker Vacumetic em celuloide;

3-Montblanc atuais e outras canetas de alto preço dizem usar "resina preciosa", termo esse originado da tradução do que seria "plástico de alta qualidade", ou seja, não é possível saber exatamente do que se trata, mas deve ser algum tipo de acrílico (plexiglass).

06/06/2022

Eversharp Skyline

A Wahl-Eversharp  era considerada uma das quatro grandes entre as marcas de canetas, ao lado da Parker, Sheaffer e Waterman. É uma marca que se destacou e é ainda muito lembrada pelo estilo e qualidade.

Uma de suas canetas mais icônicas foi a  Skyline (inicialmente Skyliner) produzida entre 1941 e 1948. Nesta época, pela quantidade de canetas produzidas  se equiparou com as "51". Seu design ficou marcado como futurista e lembrava o perfil de uma moderna locomotiva daquele tempo.

Possuía uma novidade, que era um tubo de respiro para evitar vazamento por diferença de pressão em aviões. A operação de sua  alavanca lateral  difere ligeiramente das demais, pois seu percurso é limitado devido a presença desse tubo que fica dentro do reservatório de borracha.

Era comercializada em três tamanhos: Executivo,  standard e demi (ou lady).

O clipe preso ao topo da tampa esconde a caneta no bolso, o que era ideal para uso com uniformes militares, pois permite o fechamento da aba.

A empresa foi adquirida pela Parker em 1957.

01/06/2022

Conklin e Mark Twain

Roy Conklin inovou ao patentear o sistema de abastecimento de tinta conhecido como Crescent Filler em 1897. É citado como o primeiro sistema funcional para canetas tinteiro de auto abastecimento. Era uma peça em forma de meia lua que ficava na lateral do corpo da caneta e que ao ser pressionada comprime um reservatório de borracha para sugar a tinta. Era complementado por um anel central móvel para travar o mecanismo 

Apesar do sucesso, as opiniões sobre o sistema não foram unânimes. Alguns achavam incômodo aquele arranjo de uma peça metálica sobressaindo da caneta. Não era o caso de Mark Twain, que assumiu sua preferência por essas canetas, alegando que era a única que não rolava pela mesa, e para ele isso era uma grande vantagem, pois diminuía o risco de quedas. Passou então a fabricar outros modelos com o sistema de alavanca lateral introduzido pela Sheaffer's.

A Conklin além desse pioneirismo inicial inovou outras vezes, como um clipe com mola para facilitar o uso em bolso e o modelo Nozac, ou sem saco de borracha (no sac) usando sistema de êmbolo. Essa caneta tinha grande capacidade de tinta, era semi transparente e com marcação de consumo.

Depois de ser assumida por um sindicato, não mais inovou  e se manteve no mercado até 1948 segundo algumas fontes ou 1955 segundo outras.

Em 2000 a marca foi ressuscitada nos EUA e voltou ao mercado, fabricando canetas similares às antigas de maior sucesso, inclusive um modelo "Mark Twain" com sistema Crescent Filler.