25/07/2022

A dança corporativa das grandes marcas

Na primeira metade do século XX os maiores fabricantes de canetas eram conhecidos como os quatro grandes, ou "big four". Eram eles: Parker, Sheaffer, Waterman e Eversharp, todos americanos.


De lá para cá essas e outras companhias invariavelmente passaram por fusões, aquisições e falências. Algumas desapareceram e outras foram criadas. Outras ainda ressuscitaram, ou pelo menos as marcas de algumas canetas antigas e famosas retornaram ao mercado, como no caso da Conklin e Esterbrook, ambas nos EUA.

No mercado asiático grandes empresas foram criadas, algumas a partir da fabricação de réplicas de canetas famosas e até falsificações de marcas de grife no Japão,  China, Índia, etc. Hoje são marcas estabelecidas que fabricam boas canetas para todos os gostos e preços. Empresas americanas e europeias inclusive se estabeleceram na Ásia para uso de mão de obra de menor custo.

E como estão hoje as quatro grandes? De uma forma ou outra, todas acabaram sendo incorporadas à grandes corporações empresariais multinacionais, vejamos:

A Sheaffer foi adquirida pela francesa Bic e depois pela AT Cross Company, outra famosa fabricante americana de canetas e mais especificamente de lapiseiras. 

A Eversharp foi adquirida pela Parker. A Parker foi comprada pela também americana Gillette. A Waterman foi absorvida pela sua própria subsidiária francesa e depois  passou pela Bic e pela Gillette. Agora Parker e a Waterman fazem parte de um mesmo conglomerado americano: Newell Brands Inc.

Cabe mencionar ainda que a alemã Montblanc foi comprada pelo conglomerado suíço Compagnie Financière  Richemont  que é dono também da Cartier e Montegrappa, dentre outras marcas.

Como de costume, o mercado de aquisições é dinâmico e global e ao longo do tempo é possível supor que no futuro outras trocas acontecerão.

18/07/2022

Inscrições & símbolos

O corpo, a tampa, o clipe, a pena, o alimentador e o invólucro do sistema de abastecimento das canetas tinteiro podem conter inscrições que ajudam a conhecer melhor a caneta e até na datação da mesma. Pode haver ainda símbolos com significados interessantes. Alguns exemplos:


1) Metais

x Kgf (gold filled)= folheado a ouro x Kilates.

y Kgp (gold plated) = banhado a ouro y Kilates.

1/x y Kgf = 1/x do peso (da tampa por exemplo) em ouro y Kilates.

Observações:

Vermeil = prata revestida com ouro.

Ródio = metal nobre usado em revestimento de outros metais das canetas.

Iridium = metal duro usado na ponta das penas. As penas podem ser em ouro ou aço inox. As de aço podem ser revestidas de ouro. As gravações ajudam na identificação do material. As pontas, entretanto, são em metal duro como o irídio.

2) Símbolos 

Ponto branco (white dot) = símbolo inserido em 1924 no topo das tampas das canetas Sheaffer para representar garantia vitalícia para o comprador original.

Diamante azul (blue diamond) = símbolo inserido em 1939 no clipe das canetas Parker para também representar garantia vitalícia para o comprador original. Nas Parker em particular há códigos gravados para identificar a data da fabricação, a menos das produzidas antes de 1932 e entre 1956 e 1979.

Normalmente são gravados ainda a marca ou logo do fabricante, o modelo da caneta, a espessura da pena (fina, média, grossa, etc...) e o país de origem.

11/07/2022

Duofold e a "big red"

Ano, 1921. Ideia: fabricar uma caneta vermelha. Parece que a Parker resistiu inicialmente a essa ideia, mas foi assim que nasceu uma das mais icônicas canetas tinteiro, a "big red".


Com abastecimento pelo sistema de botão foram inicialmente fabricadas em ebonite e posteriormente em celuloide. Não era barata, custava US$ 7,00. Mesmo assim foi um sucesso imediato de vendas e logo se diversificou em cores (inclusive preta para os mais conservadores), dimensões e pequenos detalhes decorativos. Mais tarde foram fabricadas com o sistema de enchimento Vacumetic também. 

Ao longo do tempo a tonalidade do vermelho foi ligeiramente alterada e foi copiada por outras marcas. Até hoje há réplicas chinesas à venda.

Ficou no mercado por muito tempo (foram descontinuadas no final da década de 1930) e voltou modernizada em 1988 no centenário da Parker, ou seja, é possível ainda comprar uma novinha em folha.

01/07/2022

Conversor: universal x proprietário

Muitos usuários das canetas tinteiro não simpatizam muito com o uso de cartuchos descartáveis de tinta, pelo custo/benefício e limitação de cores, e portanto, logo após adquirir uma caneta com este sistema de carga saem a procura de um conversor próprio. Canetas c/c (cartucho/conversor) dominam o mercado de canetas novas e para converter uma caneta que venha acompanhada apenas de um cartucho em uma caneta com um sistema de abastecimento próprio de tinta engarrafada é preciso adquirir um conversor compatível. 

Ocorre que apesar de haver um tipo de conversor padronizado internacionalmente, as marcas mais famosas ainda continuam a manter padrões proprietários, ou seja, utilizam cartuchos e conversores com dimensões que só servem em suas próprias marcas.

Consequentemente isso cria dois grandes problemas. O primeiro é que dificulta encontrar a peça no mercado e o segundo é que encarece ainda mais o produto. Conversores proprietários custam muito mais caro que conversores universais. Além disso, torna impossível a intercambialidade entre conversores de diferentes marcas líderes de mercado.

Dentre as marcas que não adotam o padrão internacional estão: Parker, Sheaffer, Waterman, Montblanc, Pilot, Cross, Aurora e Lamy.

Normalmente marcas menos famosas e principalmente as chinesas adotam o padrão internacional, mas na dúvida é sempre necessário se certificar, pois algumas marcas usam o padrão internacional para o cartucho e um conversor proprietário.