29/08/2022

Datas da Parker

A Parker ao longo do tempo marcou no corpo de suas canetas códigos de identificação das datas em que foram fabricadas.


Entretanto, esses códigos foram modificados em determinadas épocas e suprimidos em outras. Portanto, é preciso estar atento a isso. 

Segue abaixo estes códigos, separados por períodos anuais:

1 - Até 1931 não havia códigos.

2 - De 1932 a 1955:

Está gravado o último dígito do ano com nenhum, um, dois ou três pontos ao redor para identificar o quarto, terceiro, segundo e primeiro trimestre, respectivamente. Exemplo: .0. significa segundo trimestre de um ano terminado em zero.

3 - De 1956 até 1979 não há códigos.

4 - De 1980 em diante:

O ano é identificado pela ordem da letra da frase QUALITYPEN, começando por zero (Q) e terminando em 9 (N). Exemplo:  a letra correspondente a 1985 é T.

4.1 - De 1980 a 1986:

O trimestre é identificado pela ordem da letra da palavra ECLI, começando por 1 (E) e terminando em 4 (I). Exemplo: YC, ano terminado em 6 (Y), ou 1986, segundo trimestre (C).

4.2 - De 1987 a 1999:

O trimestre precede o ano e é identificado por sistema análogo aos pontos, mas com barras verticais III, II, I ou nada, para o primeiro, segundo, terceiro e quarto trimestre, respectivamente. Exemplo: IIL, segundo trimestre (II) de ano terminado em 3 (L) ou 1993.

4.3 - De 2000 em diante:

Reverte-se a ordem para ano/trimestre  com um ponto no meio. Exemplo: P.I, ano terminado em 7 (P), terceiro trimestre (I).

22/08/2022

A longeva Parker 45

Canetas com cartucho foram testadas no mercado muito antes da Parker 45. Por vários motivos, nenhuma delas obteve o sucesso pretendido.


A Eversharp possuía um projeto de cartucho promissor e a Parker ao adquirir a concorrente em 1957 deu continuidade ao projeto e acrescentou suas próprias ideias.

Inovou oferecendo além do cartucho de plástico descartável, o conversor adaptável e colocou no mercado a 45 em 1960 a preços baixos (U$5,00). Batizada em analogia a uma arma de cartuchos (Colt 45) com pena de aço de fácil remoção e corpo delgado, era direcionada ao mercado popular. Até hoje o padrão proprietário cartucho/conversor da Parker é o mesmo para todas as canetas de sua marca, desde as primeiras 45. A pena rosqueável permitia troca por outra de espessura diferente, o que gerou comercialização de penas avulsas de variados tipos que o próprio usuário fazia a substituição. 

Provavelmente é a caneta com mais variedades de cores e modelos já fabricados e permaneceu no mercado até 2007, ou seja, por 47 anos. São canetas bastante acessíveis em preço e com muita oferta de usadas. São boas canetas, porém as mais procuradas são as de metal, por serem mais robustas e há também modelos de luxo.

Hoje canetas cartucho/conversor predominam no mercado de canetas novas, maior legado da Parker 45.

15/08/2022

A efêmera Parker 41

Para atender um nicho de mercado específico a Parker introduziu em 1956 a Parker 41, apelidada de Debutante. 


Era uma caneta intermediária entre a "21" e a "51", ou seja, era mais barata que a "51" e mais cara que a "21". Entretanto estava mais para uma super "21" que uma "51", principalmente pelos materiais usados do que pelo aspecto visual.

A característica mais marcante é seu modelo de tampa mais comum, em aço escovado com uma jóia preta no topo. Há um outro modelo de tampa com aspecto de  "escamas de peixe", mais raro. A pena era de octânio (liga composta por oito metais) e o enchimento aerométrico em U, idêntico aos da super "21". Suas peças, portanto, são na maioria intercambiáveis com a super "21". Entretanto, nas 41 há gravação do modelo na tampa e no invólucro de metal do saco de tinta. 

Outra característica é uma variedade de cores do corpo em tons mais vivos, direcionadas na época ao público feminino, cores estas muito procuradas hoje.

Ficou no mercado por apenas dois anos, tendo sido descontinuada em 1958. Esse é o motivo de preço tão caro atualmente, pois devido a baixa produção são raras as ofertas.

08/08/2022

Made in China

Muitos aficionados e colecionadores de canetas têm preconceito com as marcas chinesas, apesar de alguns indicarem como boa alternativa para iniciantes, devido ao baixo preço.


Entretanto, algumas marcas chinesas já estão no mercado há quase 100 anos e podem ser consideradas tradicionais e de qualidade. As mais conhecidas no Brasil são a Hero e Jinhao.

O grande problema são as vergonhosas falsificações. Canetas icônicas de marcas famosas como as "51" e "Duofold", por exemplo, também são costumeiramente alvo de réplicas e imitações, mas as falsificações ultrapassam o razoável e as Montblanc são as preferidas. Tudo é copiado, desde o logo da marca até o número de série. O modelo 149 "fake" é vendido nos sites por menos de U$30,00 com frete incluso. A diferença de preço é astronômica, mas o melhor é ficar longe dessas "ofertas".

Outrossim,  é possível encontrar boas alternativas de acessórios e canetas por preços acessíveis no mercado chinês, facilitado pelas compras online. Conversores universais, por exemplo, podem ser comprados por R$1,00. Há ofertas de canetas tinteiro retrátil, de corpo em madeira e até vacuum fill.

A vacuum fill  Wing Sung 699 em particular é uma caneta incomum nos dias de hoje. A Sheaffer produziu canetas com este sistema de enchimento entre 1934 e 1949. Hoje é quase impossível encontrar uma caneta dessas e as que aparecem são muito caras. A 699 pode ser comprada por U$30,00. Claro, não é a mesma coisa, mas para quem quiser ter a sensação indescritível de usar este sistema de abastecimento que enche o grande reservatório com apenas um golpe é uma boa alternativa. As canetas são transparentes, o que permite ao consumidor ver todo o processo.

Antigamente as canetas tinteiro eram fabricadas de forma quase artesanal, com os melhores materiais e testadas uma a uma. Ainda há fabricantes que mantêm essa prática, o que eleva bastante o custo e consequentemente o preço final. São canetas para durar décadas e são essas as preferidas pelos colecionadores.

É claro que as canetas mais baratas como as chinesas são produzidas em série por processos fabris menos cuidadosos. Mas isso não quer dizer que não sejam boas canetas para o uso diário. Entretanto, no futuro, é pouco provável haver procura por elas no mercado de usados.

01/08/2022

Lucky Curve e Jack Knife

Vazamento de tinta sempre foi uma grande preocupação nos projetos das canetas tinteiro. 

No final do século XIX e início do XX a Parker introduziu em algumas de suas canetas dois mecanismos visando prevenir ou evitar este tipo de incômodo aos consumidores que ficaram famosos e muito citados até hoje. Como são internos, podem passar despercebidos pelos usuários, a não ser pelas inscrições no corpo e na tampa das canetas.

O primeiro foi um alimentador chamado de "Lucky Curve", devido a sua forma curva, que se propunha a evitar que a tinta suba pela pena com a caneta em repouso acondicionada no bolso, e consequentemente provoque vazamento. Este dispositivo recebeu patente em 1894 e passou então a ser usado em alguns modelos.

O segundo foi uma tampa dupla, sendo uma interna e outra externa projetada de tal forma que blinda totalmente a pena e a secção, impedindo definitivamente qualquer vazamento de tinta para fora do invólucro independentemente de como a caneta seja transportada. Este dispositivo foi apelidado de "Jack-Knife Safety", derivado da palavra "jackknife" que em inglês significa canivete. A Parker obteve a patente em 1912 e então suas canetas passaram a contar com estes dois dispositivos de segurança e as canetas deste período também são conhecidas como "Jack Knife".

Canetas dessa época são difíceis de serem encontradas, mas ainda são oferecidas em sites especializados. Os preços, entretanto, são altos.